terça-feira, 29 de junho de 2010

AS INDEFINIÇÕES CONTINUAM


ELEIÇÕES » Pelo menos três partidos de médio ou grande porte ainda não se arranjaram Com direito a tempo de TV e ainda sem alianças definidas, o PP e o PTB têm sido cortejados pelas legendas que carregam as principais candidaturas ao governo. O DEM também está solteiro, mas corre o risco de ser preterido por todo mundo


por Lilian Tahan



Na véspera de encerrar o prazo das convenções, quando praticamente todos os partidos arrumaram seus pares e montaram suas coligações, ainda há casos de legendas solteironas. Existem, pelo menos, três partidos de médio ou grande porte que não se arranjaram e ainda tentam, nos últimos instantes, definir ao lado de quem vão estar nas eleições de outubro. PP, DEM e PTB — o PPS se resolveu ontem à noite — são as siglas que deixaram para a última hora a definição das alianças. Todas têm certo tempo de televisão, dote levado em conta pelas coligações já definidas, que disputam o apoio dos remanescentes. Dos três, PP e PTB são bastante cobiçados, enquanto o DEM está mais para ser aquele que cobiça.


O interesse é tanto maior quanto mais atrativos tiver o partido desimpedido. O PP, por exemplo, tornou-se cobiçado entre os três principais grupos políticos com candidato ao governo. Já foi sondado por Joaquim Roriz (PSC), com quem chegou perto de se entender na semana passada. A composição estava encaminhada. E, na quinta-feira, quase houve a confirmação de uma aliança. Roriz tratou pessoalmente do assunto. Recebeu em sua casa, no Park Way, o deputado federal Robson Rodovalho. O bispo é tido como uma aquisição importante porque lidera uma legião de seguidores da Igreja Sara Nossa Terra, potenciais eleitores. Além disso, a legenda possui 1 minuto e 30 segundos de tempo de televisão.


Prioridade


Apesar de Rodovalho ter demonstrado interesse na coligação de Roriz, os dois não conseguiram consolidar as negociações. Faltava combinar com a executiva do partido, comandada no Distrito Federal pelo distrital Benedito Domingos. Ao mesmo tempo em que conversou com o grupo de Roriz, o PP ouviu a proposta do DEM de Alberto Fraga. O argumento do deputado federal — que insiste em ser candidato ao governo mesmo sem opção de apoiadores — para convencer Rodovalho é a vaga ao Senado Federal. Proposta igual à do grupo de Roriz. A diferença, Fraga explica: “Lá, ele vai ser a segunda opção, com menos força. Aqui é a prioridade”. Maria de Lourdes Abadia (PSDB) é a principal candidata ao Senado na chapa rorizista.


Mas o interesse do DEM não foi correspondido. Agora, quem tenta arrematar o PP são os petistas, que transferiram ao PMDB de Tadeu Filippelli a missão de convencer os pretendentes. “Estamos aguardando um posicionamento da direção do partido. Não me espantarei se a orientação for em direção ao PT. Em dois terços dos estados, foi o que ocorreu”, disse Bispo Rodovalho. Nesse caso, ele sairia candidato à reeleição na Câmara dos Deputados e a sigla ganharia uma segunda suplência, ou na vaga de Cristovam Buarque (PDT) ou na de Rodrigo Rollemberg (PSB). A primeira suplência nos dois casos ficou com o próprio PT.


Solidão


O PTB também está em busca de um parceiro. Fez uma aposta errada. Investiu na possibilidade da candidatura de Rogério Rosso, o que não ocorrerá com a decisão oficial do PMDB de marchar ao lado do PT. Agora, os petebistas flertam com outros partidos. O PSDB tentou negociar o embarque do PTB na coligação de Roriz. Sem acordo por enquanto. O PT está na mesma investida. Como o senador Gim Argello desistiu da candidatura tanto ao Senado quanto ao governo, os termos da negociação estão mais simples.


Quem corre o risco de terminar sozinho é o DEM, que tem como patrimônio três minutos preciosos de televisão. Desgastado em função da Caixa de Pandora, o partido está sem rumo. Afirma que vai ter candidatura própria, a de Fraga, mas ainda não tem a confirmação de apoio nem mesmo dos nanicos. Tenta fechar acordo com o PTN, o PSL e o PTC.




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